Direto de Londres, Inglaterra
Os eventos de boxe são uma grande festa em Londres. Mesmo que os gritos de “Ohhhh”, em tom de pena pelos lutadores a cada golpe bem encaixado, deixem claro que a maioria do público não é muito familiarizada com a modalidade, os britânicos têm lotado o Arena Sul 2 do Centro Excel e se divertido nos Jogos Olímpicos. A organização também faz sua parte e torna a entrada de cada atleta um show, com jogo de luzes, túnel decorado e trilha sonora que tem como artista principal Michael Jackson. Neste domingo, porém, o auge do evento aconteceu do lado de fora, distante do ringue, quando um telão no galpão de acesso ao palco de competições transmitiu ao vivo a vitória de Usain Bolt nos 100m rasos.
Em um dia ruim para o Brasil, com apenas a vitória de Adriana Araújo nas quatro lutas que contaram com a presença do país, o auge parecia ter acontecido com a vitória do britânico Luke Campbell sobre o búlgaro Detelin Dalakliev, pelas quartas de final da categoria até 56kg. Até que a organização preparou uma surpresa para quem deixava o local: de repente, Usain Bolt surgiu no telão do espaço anexo e monopolizou as atenções. Do anúncio dos finalistas na prova que definiria o homem mais rápido do mundo até a vitória com 9s63, nada que acontecia no ringue, a poucos metros dali, importava. O foco estava no Estádio Olímpico. Torcedores, voluntários e funcionários dos restaurantes do local torceram e vibraram com o triunfo do jamaicano.
A atenção no combate pode até ter impedido que o argentino Jamil Peralta e o búlgaro Tervel Pulev percebessem os assentos vazios ao entrarem no ringue para as quartas de final da categoria até 91kg. Mas dificilmente, ao fim do primeiro assalto, eles não ouviram a gritaria que vinha do galpão ao lado. Era boa parte do público que pagou para vê-los lutar de olho no telão e vibrando com Bolt. Bastou o jamaicano confirmar o favoritismo para o alvoroço começar, com direito até mesmo a um vendedor da loja oficial da competição soltar o grito: “Usain Bolt!!!!” e ser muito aplaudido.
Os minutos se passaram, e o tradicional gesto do raio também foi ovacionado. Até que, da mesma forma súbita em que a prova surgiu no telão, uma voz pelo sistema de som disse:
- Senhores, por favor, voltem aos seus lugares.
Pedido acatado e telão apagado. A história já estava escrita, e o duelo Pulev x Peralta voltou a ter vez. Mesmo que já da metade para o fim do terceiro round.
FONTE: GLOBO ESPORTE http://glo.bo/NuYWe8
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